No poema épico de Homero, a Odisséia, Circe é apresentada como a "deusa poderosa e sagaz" que vive numa ilha. Os homens de Ulisses, voltando para casa depois da Guerra de Tróia, param em sua ilha e se tornam vítimas de seu encantamento:
Quando chegaram à morada de Circe, viram que era construída de pedras cortadas da montanha, num sítio que poderia ser avistado de longe, do meio da floresta. Por toda a sua volta, era guardada por lobos e leões ferozes - pobres criaturas, vítimas de seus feitiços, que ela havia dominado pela magia e submetido às suas poções. Logo atingiram os portais de entrada da morada da deusa e, ali parados, podiam ouvir que Circe, lá dentro, cantava enquanto trabalhava em seu tear, tecendo uma rede tão fina, tão macia, e de cores tão deslumbrantes, que nenhuma outra deusa poderia tecer. Chamaram e ela desceu ao encontro deles, abriu os portais e os convidou a entrar. Sem suspeitar de nada, eles a seguiram. Uma vez que ela os viu dentro da casa, fez com que se sentassem e preparou uma bebida com mel, à qual misturou suas poções venenosas, o que os faria esquecer quem eram e de onde vieram. Depois que a beberam, transformou-os em porcos com um simples gesto de sua varinha mágica, para logo a seguir prendê-los no chiqueiro. Tinham toda a forma de porcos - cabeça, pêlos - e também grunhiam como porcos; mas sua consciência era a mesma de antes e eles se lembravam claramente do que haviam sido.
sexta-feira, 24 de outubro de 2008
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