sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Embora a magia fosse popular entre o público que queria consultar adivinhos e comprar encantamentos e amuletos protetores, as pessoas em posições de poder desconfiavam de astrólogos que prediziam sua morte e de feiticeiros que podiam ser contratados por seus inimigos para prejudicá-los por meio de maldições. Em 81 a.C., o ditador romano Cornélio Sula decretou a pena de morte para "videntes, encantadores e aqueles que usassem a feitiçaria com propósitos malévolos, que invocassem demônios, desencadeassem as forças da natureza (ou) empregassem bonecos de cera com fins destrutivos". Uma série de leis do mesmo tipo foi instituída nos séculos seguintes, de tal forma que, no século IV d.C., todas as formas de magia e adivinhação foram decretadas ilegais no Império Romano. Ao mesmo tempo, a Igreja Cristã, que vinha ganhando poder rapidamente, fez um esforço concentrado para suprimir a magia, tida como concorrente da fé cristã. Decretou-se que todas as formas de magia eram ligadas aos demônios (e, portanto, ao Diabo) e foram proibidas pela lei da Igr

A Igreja e o Governo continuaram a trabalhar juntos contra a magia, ao longo da Idade Média. No entanto as crenças e os métodos mágicos, sobretudo quando ligados à medicina popular (curas mágicas), continuaram a ser transmitidos secretamente e tornaram-se parte do repertório dos "rezadores" ou magos de aldeia dos séculos posteriores (herbologia).

MAGIA NA LITERATURA MEDIEVAL

A partir de meados do século XII, a magia começou a ser apresentada de forma muito mais favorável, pelo menos por escritores de ficção. Primeiro na França e depois na Alemanha e Inglaterra, poetas criaram aventuras maravilhosas, passadas em épocas remotas e repletas de magia, com façanhas de cavaleiros valentes, lindas donzelas e reis heróicos. Esses relatos, hoje conhecidos como "romances medievais", diminuíam as associações negativas existentes entre a magia, os demônios e a bruxaria. A palavra "magia" era muitas vezes evitada e os autores, em seu lugar, usavam "maravilha", "assombro" e "encantamento". Os heróis possuíam espadas que lhes davam força sobre-humana, pratos que se enchiam de comida sozinhos, barcos e carruagens que não precisavam de cocheiro e anéis que tornavam seu usuário invulnerável ao fogo, ao afogamento e a outras catástrofes. Fadas e monstros da mitologia também apareciam com muita regularidade e muitas vezes era uma fada que dava ao herói exatamente aquilo de que ele precisava para concluir a sua missão. Poções, adivinhação astrológica, feitiços e ervas que curavam tinham também um papel de destaque nessas obras épicas. Embora a noção de "magia negra" ainda persistisse, com feiticeiros e bruxas malignos que surgiam de vez em quando, a maior parte desses relatos apresentava a magia de forma positiva e o público gostava tanto de sua leitura quanto nós, hoje em dia.

Magia NATURAL



A magia se tornou novamente respeitável nos séculos XV e XVI, devido à ascensão da "magia natural", que não supõe a ajuda de demônios nem de seres sobrenaturais. A magia natural, uma espécie de ciência na época, se baseava na crença de que tudo na natureza - gente, plantas, bichos, pedras e minerais - estava repleto de forças ocultas, chamadas de "virtudes ocultas". Os Magus Naturalis, hoje mais conhecidos como, Terapeutas Holísticos, acreditam, por exemplo, que as pedras preciosas contém o poder de curar doenças, afetar o estado de ânimo e até trazer sorte. As ervas tenham virtudes ocultas, capazes de promover a cura, e às vezes bastava suspendê-las acima do leito de um paciente. Até cores e números tem poderes ocultos. Além disso, todos os elementos da natureza estavam ligados entre si, por meios fascinantes, porém ocultos. Os magos naturais têm o desafio de descobrir essas forças e essas ligações e utilizá-las de forma positiva.

Mas não é nada simples ser um mago natural sério. É preciso pesquisar, estudar e observar cuidadosamente a natureza. Às vezes a "virtude oculta" de uma substância era revelada por sua aparência. Por exemplo, a erva scorpius (cujo nome deriva da sua semelhança com o escorpião) é tida como um remédio eficaz contra picadas de aranha. Acredita-se que plantas e animais com formatos semelhantes tinham propriedades similares. Porém o mais importante para dominar a magia natural é o estudo da astrologia, pois muitas relações e propriedades ocultas na natureza emanam diretamente dos planetas e das estrelas. A pedra preciosa esmeralda, o metal cobre e a cor verde, por exemplo, possui propriedades oriundas do planeta Vênus. Ciente disso, o Mago natural está apto a usar esses elementos em diversas combinações, na tentativa de afetar áreas da vida "regidas" por Vênus, como a saúde, a beleza e o amor. Usar o metal chumbo, a pedra ônix e a cor negra é um meio provável de produzir o efeito exatamente contrário, pois os três eram regidos por Saturno e ligados à morte e ao abatimento.

Além disso, o praticante precisa ter vastos conhecimentos de anatomia e herbologia, pois curar doenças é um objetivo importante na magia natural, e uma doença provocada por uma influência planetária pode ser curada por uma erva regida pelo mesmo planeta ou, em certos casos, pelo planeta oposto. 0 mago natural é um tipo de mago do mundo natural e um mestre das combinações - um Alquimista que mistura, combina e explora as propriedades ocultas da natureza de modo a alcançar resultados milagr

Enquanto nos séculos IX ou X uma pessoa respeitável na certa evitaria qualquer ligação com a magia, no Renascimento a magia natural era aceita como uma área de estudo adequada a intelectuais, médicos, sacerdotes e todos que tivessem um sentimento de curiosidade científica. Na E.I.E Caminhos da Tradição muitas matérias da magia natural - herbologia, astrologia, quiromancia, aritmancia e a preparação de horóscopos fazem parte do nosso currículo de estudos.

MAGIA RITUAL


A possibilidade de invocar espíritos nunca ficou inteiramente esquecida. Entre os séculos XV e XVIII surgiu em toda a Europa, e em vários idiomas, uma série sensacional de livros,, chamados "Grimoires" (inúmeros traduzidos por nós para a língua portuguesa). Em sua maioria, eram escritos de forma anônima ou atribuídos a fontes antigas, inclusive Moisés, Aristóteles, Noé, Alexandre o Grande e o famosíssimo Rei Mago bíblico Salomão. As vendas e a circulação eram secretas, no início, pois possuir e usar um livro desses era um crime grave. Essas obras ensinavam métodos que supostamente permitiam invocar espíritos e demônios de épocas antigas.

osos e benéficos.



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